Tenho observado, de uns tempos para cá, o comportamento exacerbado e competitivo ao extremo de muitos jovens no ambiente de trabalho. Há quem argumente que esse modo de ser – ansioso, aflito, as vezes até agresivo – é fruto inevitável dos tempos atuais. Se isso é verdade, precisamos encontrar formas para contê-lo, evitando, assim, que o ambiente na empresa degenere em carreirismo e conflitos de egos.
A melhor forma para se combater este fenômeno está no reforço à pratica da parceria, na valorização do trabalho em equipe e na convergência de todos para servir ao cliente, pois é nele que está o poder e a hierarquia. As disputas intensas não levam a nada porque os resultados estão sempre fora da empresa.
Profissionais jovens e ambiciosos precisam demonstrar, antes, o amadurecimento necessário para que possam assumir posiçãoes de liderança no futuro. Muitos não se dão conta disso. o indivíduo demonstra ter maturidade, tanto pessoal quanto profissional, quando conjuga senso crítico e sabedoria – que são características de quem se predispõe a adiquiri-las.
Quem almeja a posição de líder só a terá se demonstrar as aptidões para isso ainda enquanto for um liderado. Como esta pessoa se comporta quando está nessa condição? É respondendo tal questão que se descobre como ela ágira no momento em que assumir a liderança.
A construção de um plano de vida e carreira passa pela coerência e pela consistência de atitudes que legitimam a aspiração do subordinado de chegar a dirigente. Pressa e atropelos na ânsia de galgar postos impedirão o indivíduo de extrair de cada função que exercer a soma de ensinamentos que esta pode lhe proporcionar.
Empatia, enfoque na contribuição, discernimento e lealdade são condições para uma relação positiva entre o lider e seus liderados. Mas isto so dá certo quando estes últimos agem conforme deles se espera, e o lider, principalmente se recém-chegado a esta posição, é capaz de assumir com serenidade as responsabilidades que lhe cabem sem prescisar provar o tempo todo do que é capaz, nem usar continuamente o “poder” que tem. Se age dessa maneira, é porque sua liderança já se esvaiu.
A convivência nas empresas se dá sempre entre três gerações: jovem de talento, executivos maduros e os mais idosos experientes cujo papel primordial é educar. Para ser produtiva, essa convivência tem que ser harmoniosa e, para que haja harmonia, o diálogo entre elas presisa ser aberto, fluído e permanente, pautado pela humildade, diciplina, respeito e confiança. Quando isso acontece, todos ganham.
Por Emílio Odebrecht, Presidente do Conselho de Administração da Odebrecht
Fonte: A Tarde, 04/07/2010, Caderno de Economia
Um grande abraço,
Marco Fabossi
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A Odebrecht é uma das maiores empresas de construção civil do mundo, e ao observar este curto texto sobre liderança de autoria do presidente do conselho de administração, Emílio Odebrecht, podemos entender um pouco sobre os motivos de seu sucesso.
Marco Fabossi