Durante a temporada de 2002, Paul era o técnico de basquete do que chamava de “o time dos sonhos”. Tinham o recorde de dez partidas invictas, e estavam a caminho de conquistar o primeiro campeonato estadual juvenil. Paul vivia o sonho de todo treinador.
Foi então que, certa noite, dezesseis de seus jogadores, todos menores de idade, foram presos por uso de bebida alcoólica durante uma festa, e neste grupo estava o próprio filho de Paul. O treinador já havia alertado os atletas de que, caso fossem envolvidos em algum tipo de encrenca relacionada com álcool ou drogas, ele os suspenderia do time. E foi o que fez, e comentou:
– Pode-se resumir a questão a uma palavra: responsabilidade. Vocês quebraram as regras e compromisso que tinham assumido.
Ele disse ao seu filho, enquanto o tirava da cadeia:
– Você cometeu um grande erro, é tudo o que eu posso dizer. Nunca deixarei de amá-lo, mas você precisa aprender alguma coisa com o que aconteceu.
No dia do grande jogo, eles vestiram o uniforme e sentaram no banco apenas para incentivar os colegas que estavam no campo. E o time reserva perdeu de 63 a 0.
Em meu livro Coração de Líder, defino liderança como a habilidade de influenciar e inspirar pessoas, servindo-as com amor, caráter e integridade, para que vivam com equilíbrio e trabalhem com entusiasmo em direção a objetivos e resultados legítimos, priorizando a formação de novos líderes e a construção de um futuro melhor.
Algumas pessoas já me perguntaram porque incluí o adjetivo “legítimos” à conquista de objetivos e resultados da liderança, e a resposta está na própria frase: porque quem age com o Coração de Líder contribui para a construção de um futuro melhor. Não basta alcançar objetivos e resultados apenas, é preciso que o caminho percorrido para chegar até estes resultados sejam legítimos, já que não são os fins que justificam os meios, mas os meios é que legitimam os fins.
O futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas o lugar que estamos construindo, e para o líder que busca construir um futuro melhor, é preciso conscientizar-se de que a jornada é mais importante que o destino; que suas escolhas, decisões e ações no presente é que construirão e pavimentarão a estrada que conduzirá ao futuro desejado.
E se essas escolhas priorizam os resultados, sem importar-se com o caminho pra chegar até eles, pode ser que passar por cima das pessoas, quebrar promessas, mentir, trapacear ou enganar sejam recursos aceitáveis. Isso pode até enganosamente ajudar a construir um futuro melhor para si mesmo, mas não para todos. Porém, se essas escolhas priorizarem o caminho percorrido, ainda que os resultados não sejam os melhores, estes certamente serão recompensados pelo valor dessa jornada e, principalmente, pela consciência de estarmos pavimentando a estrada que conduzirá a um futuro muito melhor e mais sustentável para todos. A jornada é mais importante que o destino!
O que você tem priorizado? Jornada ou Destino?
Aproveitando a oportunidade, gostaria de pedir sua ajuda em responder um questionário sobre “Liderança e Confiança”, que será utilizado em meu novo livro sobre o tema. São apenas 5 minutos. Basta clicar no link a seguir. Desde já, muito obrigado!
Link para a pesquisa: https://pt.surveymonkey.com/r/confianca-link
Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
Leia também:
O Valor do Erro Inédito (Liderança)
Livro Coração de Líder
A Essência do Líder-Coach
3a Edição – Revisada e Ampliada
Também em Áudiolivro
Querido Marco,
Boa tarde.
Que felicidade a minha, por ter aberto o seu blog hoje e visualizado mais um de tantos ensinamentos teus sobre a vida. Sim. Sobre a vida, pois os princípios que você prega, tão firmemente como guia profissional de um líder eu uso na vida pessoal, em todos os meus diversos ambientes.
Especialmente hoje você falou sobre um dos princípios que eu mais busco praticar, por convicção pessoal, em todos as minhas posições nesta vida. Na família, nos estudos, no trabalho, na vida social e na vida religiosa.
A confirmação de que esse pensamento pode também ser um importante princípio na vida profissional, vem para mim como um misto de prazer e orgulho, por sempre ter acreditado nisso.
Algumas vezes eu me senti um idiota, diante da esperteza e astúcia de meus pares (em diversos ambientes), por não agir como eles, na busca de vantagens pessoais. Algumas vezes percebi que eles me rotulavam como ingênuo e até mesmo bobo. Mas nunca me distanciei da ideia central desse pensamento e muitas vezes abri mão de resultados melhores, para mim e para o trabalho, para não ferir esse e outros princípios. Não posso dizer que minha carreira profissional foi um sucesso, na forma como as pessoas em geral entendem o conceito. Mas posso afirmar que tive sucesso em meu propósito de não abandonar os fundamentos de minhas convicções. Olhando para traz não vejo nenhum ponto de desabono de minha conduta, o que me enche de orgulho. Posso não ter conquistado grandes cargos, mas conquistei muitos amigos e admiradores, que tornaram minha jornada muito prazerosa e
recompensadora. E isso me basta. Ler a sua mensagem de hoje me deu grande prazer e me trouxe, de volta, um grande ensinamento que recebi de meus pais.
Um grande abraço para você Mestre, uma excelente tarde de domingo,seguida de uma semana agradável e profícua.
Oi Geraldo. Muito obrigado pelas palavras, e parabéns pela jornada! Um grande abraço. Marco Fabossi