Um carregador de água levava todos os dias dois potes grandes pendurados em cada ponta de uma vara. Um dos potes tinha uma pequena rachadura, e chegava apenas com metade da água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do senhor do carregador. E assim foi por dois anos; diariamente, o carregador entregava um pote e meio de água na casa de seu senhor.
Por isso, enquanto o pote perfeito sentia-se orgulhoso de suas realizações, o pote rachado sentia-se envergonhado por sua “imperfeição” que o levava a entregar apenas metade do que era esperado.
Um dia, o pote rachado disse ao carregador, à beira do poço:
– Quero lhe pedir desculpas porque nesses dois anos só fui capaz de entregar metade da minha carga. Por causa disso, mesmo tendo todo esse trabalho, você não ganhou o salário completo pelos seus esforços.
O carregador apenas acenou com a cabeça, e no caminho para a casa do seu senhor, disse ao pote rachado:
– Você notou a quantidade de flores que existem pelo caminho? Percebeu que, dia a dia, enquanto caminhávamos, era você quem as regava? E por isso, por dois anos pude colher essas flores lindas para ornamentar a mesa do meu senhor? Se você não fosse do jeito que é, ele não teria tanta beleza para dar mais graça à sua casa.
Umas das competências mais importantes, e talvez mais complexas na liderança está em identificar e extrair o melhor de cada um, já que, pra que isso aconteça, é preciso aproximar-se das pessoas, conhece-las verdadeiramente, demonstrar interesse genuíno por elas, e estar disposto a trabalhar para desenvolvê-las.
O cérebro humano tem uma tendência natural de dar mais atenção e potencializar as coisas negativas e, por isso, temos uma certa propensão a enxergar mais os pontos fracos e limitações das pessoas, do que suas potencialidades. Isso também faz parte daquilo que chamamos de “viés inconsciente”; em 1/20 de segundos, o cérebro forma sua opinião sobre algo ou alguém.
E por ser tão rápido, é praticamente impossível evitar o viés inconsciente, contudo, podemos decidir o que vamos fazer com ele. Temos a capacidade de “educar” o cérebro para que evite agir impulsivamente, com base no viés inconsciente. Entre um estímulo e uma resposta existe a liberdade de escolher, fazendo com que a vida tenha menos a ver com “o que acontece com a gente”, e muito mais a ver “o que fazemos com aquilo que acontece com a gente”. Podemos nos tornar escravos do viés inconsciente, ou desenvolver a capacidade de escolher o que faremos com ele; a liberdade de escolha está em nossas mãos.
Todas as pessoas, incluindo você e eu, têm limitações em certas áreas, mas também são muito boas em outras. Por isso, é muito importante compreender que não existe “saber mais” ou “saber menos”, mas apenas “saberes diferentes”. E quando o líder passa a ter essa compreensão, dispondo-se a dedicar tempo para conhecer mais sobre os “saberes diferentes” das pessoas, dá início então à jornada que lhe permitirá obter o melhor de cada um.
Você já iniciou a sua?
Aproveitando a oportunidade, gostaria de pedir sua ajuda em responder um questionário sobre “Liderança e Confiança”, que será utilizado em meu novo livro sobre o tema. São apenas 5 minutos. Basta clicar no link a seguir. Desde já, muito obrigado!
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Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
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Livro Coração de Líder
A Essência do Líder-Coach
3a Edição – Revisada e Ampliada
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