Em Liderança não tem Mágica

Há poucos dias conversei com um líder que me contava sobre sua frustração com a falta de engajamento e participação de sua equipe na melhoria dos processos e resultados. Disse que chegou a reunir a equipe numa sala pra pedir sugestões de melhoria e ideias que pudessem ajudar a melhorar os resultados, mas ninguém disse nada. Como achou que o pessoal ficou envergonhado de falar em público sobre suas ideias, resolveu então instalar uma caixinha de sugestões perto da máquina de café, mas pra sua surpresa, ao abri-la depois de vários dias, estava vazia.

Frustrado, ele finalizou:

– Eu já disse a eles: Quero ver alguém agora reclamar que eu não os ouço, que eu não dou oportunidade pra eles participarem, ou dar nota baixa sobre esse tema na pesquisa de clima. Eu tentei mais de uma vez e ninguém falou nada!


Parece bem lógico, não parece? Quando você tem uma dor de cabeça, a atitude mais simples e prática é tomar um comprimido e resolver o problema. Em alguns minutos, como num passe de mágica, você nem vai se lembrar dela.

Na mesma linha de raciocínio, se as pessoas estão clamando para serem ouvidas, ou reclamando porque não são, o mais lógico é pensar num “remédio” que solucione rapidamente o problema, como uma “reunião de brainstorming” (líderes adoram usar essa expressão; é chic!), um café da manhã, uma reunião mais informal, uma caixinha de sugestões e ideias, ou até mesmo conversas individuais. Isso realmente parece lógico, mas assim como um comprimido pra dor de cabeça, esse tipo de “remédio” pode até amenizar o sintoma, mas não resolve a causa da dor de cabeça.

E ainda pensando metaforicamente (eu adoro metáforas!), liderança não tem nada a ver com “pílulas” de efeito rápido e milagroso, mas com colheita. É bem simples: se o líder não plantar, não haverá o que colher. Se plantar e não cuidar, os frutos certamente não serão tão bons quanto poderiam. Se plantar tomate, vai colher tomate; se plantar arrogância e distanciamento, colherá desprezo e falta de engajamento; se plantar intenção correta, proximidade, relacionamento e atenção, certamente colherá bons frutos. E como sabemos, ninguém planta hoje pra colher amanhã; o cultivo leva tempo.

Portanto, se o líder verdadeiramente deseja criar um ambiente seguro e colaborativo, onde as pessoas sintam-se motivadas a participar com suas ideias, sugestões e feedbacks (e não apenas atuar pontualmente pra tentar melhorar uma nota baixa na pesquisa de clima), precisa começar plantando a semente da confiança, cultivando-a todos os dias com proximidade, cuidado e interesse genuíno pelas pessoas, vontade de escutá-las, transparência, honestidade, lealdade, justiça, reconhecimento e compartilhamento de resultados. Só assim o líder conseguirá “colher” um ambiente colaborativo onde as pessoas têm interesse, vontade, liberdade e segurança pra contribuir com aquilo que têm de melhor.

Lembre-se, em liderança não tem mágica; tem colheita!

Um Grande Abraço,

Marco Fabossi

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Marco Fabossi é Sócio-Diretor da Crescimentum, a mais completa empresa de formação de líderes do Brasil.
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4 comentários sobre “Em Liderança não tem Mágica

  1. Grande Fabossi, sempre um prazer tê-lo por perto, mesmo que virtualmente.
    Penso, logo êxito certo? Diante de seu texto, viajei e cheguei a algumas conclusões. Acredito que a conhecidíssima afirmação “plante, cuide e colha” talvez não seja mais suficiente. Para conseguir o verdadeiro engajamento caberia um compartilhe? Fazer parte de TODO processo e não só de parte dele?
    Vejo líderes reconhecendo a “importância” da equipe e, em detrimento a isso, noto muitos poucos compartilhando qualquer benefício do resultado. Ahh! Importante deixar claro que não sou nenhum petista em defesa da classe trabalhadora. Tô longe e quero distância disso. kkkkkkkkkk
    A questão é como conseguir maior e melhor qualidade no engajamento de equipe.
    Acredito piamente que o verdadeiro engajamento seja oriundo de objetivos (claros) em comum e estamos inteiros quando tratados por inteiro.
    Se compartilharmos todas as conquistas e evoluções necessárias no processo do início ao fim, talvez seja alcançado tal objetivo.
    Viajem grande a minha?
    Forte abraço.

    • Oi Aurélio, tudo bem? Obrigado pelas palavras. Sua “viagem” é muito assertiva. Também concordo que esse jogo é pra ser jogado juntos, e os resultados deveriam ser compartilhados, já que, quando um ganha todos ganham, quando um perde todos perdem. No meu pensamento, “justiça” já incorporava esse ponto, mas pra reforçar, ajustei o texto incluindo “reconhecimento” e “compartilhamento de resultados”.

      Novamente, muito obrigado pela ajuda.

      Abraços, Marco Fabossi

  2. Fabossi, sua humildade em alterar o texto é ímpar. Por estas e muitas outras posturas tenho-o como exemplo a ser seguido.
    Realmente, não tinha entendido a amplitude de justiça neste contexto, mas, assim como eu, muitos outros poderiam fazê-lo.
    Obrigado, obrigado e obrigado.
    Lembranças ao Arthur e PA.
    Forte abraço.

  3. Fabossi, como sempre sou seu fã no jeito simples e profundo de transmitir alguns conceitos de liderança. Assim como um terreno fértil exige o conhecimento do visível (terra) e invisível (microrganismo que atuam de forma benéfica), o líder tem o dever de conhecer o que move a sua equipe em seu propósito (mente e alma) e ai o seu texto é autoexplicativo. Parabéns!!!

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