Dois experientes gerentes e um estagiário se encontraram casualmente perto da máquina de café e, conversando sobre coisas do dia-a-dia da empresa, o estagiário recém contratado, pergunta:
– Já que vocês são experientes, podem me ajudar a entender um pouco mais sobre conflitos? Como eles começam?
– Ah, é simples – respondeu um dos gerentes – Vamos supor que a área dele (referindo-se ao outro gerente) se desentendesse com a minha…
Imediatamente o outro gerente o interrompeu e disse:
– Pera aí! Não houve qualquer desentendimento entre a minha área e a sua!
– Eu sei! Estou apenas usando um exemplo hipotético.
– Mas assim você vai acabar confundindo a cabeça do rapaz! – protestou o outro gerente.
– Lógico que não! Fica muito mais fácil dele entender se eu der um exemplo – respondeu asperamente o primeiro gerente.
– Caramba! Então dê um exemplo real! – retrucou o segundo gerente com o tom de voz alterado.
E antes que eles continuassem, o estagiário os interrompeu e disse:
– Poxa, muito obrigado! Vocês me deram um exemplo perfeito sobre como os conflitos começam.
Segundo Patrick Lencioni, em seu livro “Os 5 Desafios da Equipe”, para que uma equipe obtenha os melhores resultados, ela precisa promover e incentivar conflitos produtivos. Esse é um ponto interessante, porque o que normalmente ouvimos no dia-a-dia das organizações é que devemos evitar conflitos, e não incentivá-los. Será?
Alguém já disse sabiamente que “se em uma equipe, duas pessoas pensam exatamente da mesma forma, uma delas é desnecessária”, portanto, ideias e pensamentos diferentes são muito bem-vindos, já que essa diferença de pensamentos é que faz brotar novas ideias e oportunidades.
O grande problema, contudo, é que para criarmos conflitos produtivos, é preciso que haja confiança, porque sem confiança os conflitos de ideias se transformam em confrontos pessoais; quando não existe confiança, as pessoas não debatem ideias, mas confrontam posições; ao invés de permitirem que diferentes pensamentos e ideias lancem mais luz sobre as conversas, buscando o melhor resultado para todos, sem confiança, apenas geram o calor necessário para aquecer e acalmar o seu próprio ego.
O conflito produtivo é bom (e necessário) porque são as nossas ideias, ainda que diferentes, trabalhando juntas para o bem comum. Não importa se a sua ou a minha ideia é a melhor; talvez das nossas ideias surja uma outra ideia ou possibilidade, enfim, o que realmente importa é que tenhamos liberdade para conversar sobre elas, respeito para ouvi-las (por mais simples e bobas que possam parecer), e humildade e desapego para aceitar que elas sejam utilizadas, modificadas ou descartadas.
Portanto líder, se você realmente busca os melhores resultados, sua primeira tarefa é construir relações de confiança verdadeiras com sua equipe e em sua equipe. Uma vez cumprida essa tarefa, fomente a diversidade de ideias e os conflitos produtivos. E se perceber que os confrontos permanecem, aja imediatamente para reforçar a confiança até que os egos deem lugar ao respeito e a humildade.
Bons conflitos!
Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
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