Neuharth mudou-se para Detroit para se tornar assistente do editor executivo do Detroit Free Press. Logo após sua chegada foi convidado por Jack, dono de uma cadeia de jornais da qual o “Detroit” fazia parte, para almoçar. Eles então caminharam até o elegante Clube Detroit, tomaram uma bebida, e Jack disse:
– Vamos!
– Mas nós não vamos almoçar? – respondeu surpreso Neuharth
– Sim, vamos.
Eles então percorreram seis quarteirões até o balcão de uma lanchonete no porão de uma antiga loja. Lá Jack pediu um cachorro quente e um refrigerante. Sem entender o que estava acontecendo, Neuharth pediu a mesma coisa. Ali estava um multimilionário e magnata dos mais influentes na mídia americana, comendo um cachorro quente com Neuharth, assistente do editor de um de seus jornais. Jack então disse a Neuharth:
– Você conhecerá a sociedade no Clube de Detroit e será apresentado ao prefeito e outros líderes políticos e, em pouco tempo tende a pensar que escreve para eles. No entanto, lembre-se, a maioria das pessoas que lê o nosso jornal almoça aqui todos os dias. Pergunte a eles o que leram e não se torne escravo do seu próprio conforto. Sinta o ambiente na rua e não apenas almoce no clube todos os dias.
Neuharth diz que aquele dia lhe rendeu um grande aprendizado e por causa dele anos mais tarde fundou o tabloide mais popular dos Estados Unidos, o USA TODAY.
Alguns líderes preferem guardar certa distância das pessoas, principalmente daqueles que estão na base da pirâmide, alegando que essa aproximação pode criar muita intimidade com as pessoas e acabar prejudicando os resultados, já que elas tendem a confundir e misturar assuntos pessoais e profissionais quando o líder se aproxima muito próximo delas.
Este é um assunto polêmico porque, ao mesmo tempo que esse tipo de pensamento demonstra certa lógica e coerência, também contrapõe o fato de que liderança pressupõe algum grau de relacionamento entre líder e liderados. Mas o que fazer então? Qual é o “ponto de equilíbrio” nesse nível de aproximação entre líder e liderados?
Bem, como a maioria das coisas em liderança, não existe uma única resposta para essa situação, mas o caminho certamente passa pela consciência de que existe uma grande diferença entre intimidade e proximidade. Um líder não precisa necessariamente ser íntimo das pessoas, mas é muito importante que ele esteja próximo delas, que demonstre interesse por elas, que busque ouvir suas ideias, sugestões e inquietações, que conheça suas reais necessidades e, dentro do possível, trabalhe para atende-las, já que elas estão diariamente em contato com os clientes internos e externos, com os problemas e desafios do dia a dia; são elas que fazem as coisas acontecer e que, no final das contas, constroem os resultados da sua área e da organização.
E então, como anda o seu nível de proximidade com seus liderados?
Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
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Parabéns pelo texto muito bom. Só penso que junto com a aproximação tem que vir junto a humildade,sem ela não tem como acontecer o é dito no texto
Oi Wendel, tudo bem? Obrigado pelo comentário. É preciso demonstrar humildade pra aproximar-se e buscar compreender as reais necessidades das pessoas. Abraços, Marco Fabossi.
Muito bom o texto. Não tenho perfil de líder, mas alguma coisa posso melhorar no dia a dia!
Obrigado.
Gostei do texto,
Minha primeira leitura nesta manhã… Concordo que precisamos estar próximos e conhecer as necessidades das pessoas com as quais lidamos… Sucesso, Fabossi.