Há poucos dias eu conversava com um vizinho no elevador, um empresário bem sucedido, e aproveitei a oportunidade para parabeniza-lo pelo seu carro novo que eu havia visto na garagem.
Ele gentilmente agradeceu, e completou:
– Na verdade esse carro é da minha esposa; eu também comprei um carro novo pra mim, mas só vai chegar em alguns dias. E esse eu consegui comprar com mais de 30% desconto por causa da lei de isenção de impostos para “deficientes”.
Por alguns segundos eu fiquei sem saber se o parabenizava novamente pelo carro novo, ou se perguntava algo sobre sua suposta “deficiência”. Foi quando o elevador chegou ao seu destino e meu vizinho, que além de empresário é também pai, avô e líder, despediu-se dizendo:
– Ah, o governo nos rouba tanto; que mal faz a gente roubá-lo um pouquinho também?
Leandro Karnal diz: “Não existe governo corrupto numa nação ética, e não existe nação corrupta num governo transparente e democrático” (assista ao vídeo abaixo), e em uma “liderança corrupta” não existem relações de confiança, e sem relações de confiança é impossível liderar.
Uma grande organização brasileira com problemas de ética e transparência em sua liderança contratou os serviços de um ex-coronel do Mossad, serviço secreto militar de Israel, que aplicou em todos os colaboradores um teste matricial desenvolvido pelo Mossad para recrutar agentes numa sociedade extremamente heterogênea, com o objetivo de determinar o nível de confiabilidade e integridade de cada pessoa (Fonte: Tablepartners).
Os resultados separam os testados em três grupos: os decididamente corruptos e não confiáveis; os solidamente confiáveis e íntegros, e os “dúbios” ou “influenciáveis”. Este último grupo continha pessoas contaminadas, influenciadas, coniventes e até mesmo inocentes. Segundo a empresa, o teste funcionou muito bem. Conseguiram identificar as “maçãs podres” e ajustaram a organização. O placar final ficou assim: corruptos: 15%, íntegros: 10% e “dúbios”: 75%.
O consultor responsável pelo processo informou que estes resultados são muito comuns em empresas brasileiras, e aconselhou a organização a promover os colaboradores do grupo dos “íntegros” a posições de liderança, porque o seu exemplo e integridade moveria os 75% de “influenciáveis” ao comportamento ético.
A quebra de confiança não se está presente apenas nas ações de nossos governantes, mas em cada situação em que NÓS sabemos o que deveríamos fazer, mas não fazemos. Está na mentira, na injustiça, no desprezo, no ocultamento de informações, no descaso com as pessoas, no “jeitinho brasileiro”, nas vantagens ilícitas que tentamos obter, enfim, infelizmente fazem parte do nosso dia a dia.
Mas a boa notícia é que ética e transparência podem ser aprendidas, principalmente em casa, na escola e no trabalho, através do exemplo de líderes que estejam verdadeiramente comprometidos com a construção de um mundo melhor, seja ele(a) pai, mãe, avô, avó, irmão, irmã, professor, professora, amigo, amiga, chefe ou colega de trabalho.
Por isso, as perguntas que ficam são:
– De qual grupo você faz parte?
– De qual grupo você quer verdadeiramente fazer parte?
– Se sua resposta for “íntegros”, o que você fará, deixará de fazer e continuará fazendo para que o seu exemplo possa influenciar a vida daqueles que estão à sua volta em direção a ética e transparência, ajudando a construir relações de confiança, e assim colaborando para a construção de um mundo melhor para todos?
Assista este vídeo
Fast Tube by Casper
Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
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