Dailza Damas, dona de casa, aprendeu a nadar aos 28 anos para incentivar seu filho que tinha bronquite a também praticar natação. Em pouco tempo percebeu que a piscina era muito pequena para abrigar seus sonhos, então decidiu nadar em mar aberto.
Em 1993, tornou-se uma das poucas nadadoras brasileiras a atravessar o Canal da Mancha, na primeira vez em 19 horas e 16 minutos, e na segunda em 10 horas e 48 Minutos. Depois contornou a ilha de Fernando de Noronha, atravessou o Canal de Catalina nos EUA, contornou a Ilha do Mel no Paraná, atravessou o Estreito de Gibraltar, contornou a Ilha de Manhattan e atravessou o Mar da Galileia. Hoje é considerada uma das maiores nadadoras do mundo em mar aberto.
Dailza morreu em 2008, aos 50 anos quando se recuperava de uma cirurgia pra retirada de um tumor no cérebro, mas há vários vídeos no Youtube contando a sua história, e nesses vídeos ouvi algumas coisas que me tocaram profundamente:
Ela comenta que, em certo momento, quando enfrentava ondas de 4 metros de altura, e via o barco que a acompanhava subindo e descendo, apenas pensava:
– Eu estou segura. Eu confio nas pessoas que estão no barco.
Em outra entrevista, quando o repórter lhe perguntou: ”Mas você não sentia medo?”, Dailza respondeu:
– Sentia sim. Aliás, creio que todo mundo sente medo em várias situações da vida, mas eu tinha que escolher entre “ficar com medo” e “ir com medo”, então, eu escolhia “ir com medo”.
A história de Dailza é, por si só, uma grande lição de vida, contudo, quero ressaltar algumas importantes lições de liderança.
A primeira é que existe uma grande diferença entre limite e limitação. Ambientes e situações certamente nos impõem limites, como as paredes de uma piscina, por exemplo, mas são as nossas crenças, aquilo que acreditamos (ou não acreditamos) que estabelecem as nossas limitações. Em outras palavras, certas limitações que muitas vezes atribuímos às situações, são, de fato, limites que imputamos às pessoas ou a nós mesmos. Aquela velha frase do Henri Ford define bem o que isso significa: “Se você acredita que é possível, você está certo. Se acredita que não é possível, você também está certo”.
Um líder que não percebe essa diferença, pode eventualmente limitar os sonhos da organização, da equipe, das pessoas e os seus próprios sonhos; pode criar limitações sem que haja limites, e com isso impedir as pessoas de tornarem-se o melhor que podem ser, e impactar diretamente os resultados.
A segunda lição, é que, para desafiar os limites ou limitações, é preciso haver um ambiente de confiança, um alicerce que o líder precisa estabelecer no seu dia a dia com as pessoas à sua volta, já que elas somente darão o melhor de si quando se sentirem seguras e pertencentes ao lugar onde estão inseridas. É preciso criar um círculo de confiança onde as pessoas estejam livres para ser desafiadas, romperem os limites das limitações, e assim entregarem o seu melhor.
E a terceira das muitas lições que Dailza Damas nos ensina, é que o medo provavelmente estará presente em várias situações e decisões das nossas vidas e, quando isso acontecer, temos uma escolha a fazer: “Ficar com medo”, desistir dos sonhos e arrepender-se por nunca ter tentado, ou “Ir com medo”, arriscar, e então realizar-se pelos resultados, ou ao menos por haver tentado.
E aqui novamente surge a figura do líder que, ao criar um círculo de segurança, onde o erro inédito é um dos principais componentes do processo de aprendizagem, incentiva as pessoas a “Ir com medo” e, assim, romperem suas limitações.
Dailza, muito obrigado! Líder, agora é com você.
Um vídeo curto sobre a vida de Dailza Damas.
Fast Tube by Casper
Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
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Muito bom!!!!Amei!