Aos 35 anos, depois de iniciar o ano de 2004 com uma vitória na Maratona de Hamburgo, Vanderlei Cordeiro de Lima dedicou-se à preparação para os Jogos Olímpicos de Atenas, sua terceira e última participação em Olimpíadas. E decidiu fazê-lo na cidade colombiana de Paipa, acompanhado pelo treinador Ricardo D’Angelo que, sem poder estar com Vanderlei na largada e nos preparativos finais por não pertencer ao corpo de técnicos do COB levados aos Jogos, escreveu-lhe uma carta, lida por Vanderlei na Vila Olímpica antes de dirigir-se à largada, que dizia: “Lembre-se da forte subida no quilômetro 30. Se você estiver se sentindo bem, arrisque, porque se não arriscar, você nunca vencerá. Minha confiança em você é imensa, então vamos lutar pelo objetivo com que sonhamos há tanto tempo. Não importa o que aconteça no fim, lembre-se que você sempre terá minha amizade e confiança, e também lembre-se que eu o admiro pela pessoa maravilhosa que você é. Então, boa sorte, e vamos tomar uma cerveja juntos depois da corrida”.
A maratona olímpica de Atenas tinha entre seus competidores alguns dos maiores nomes da história desta prova, mas a partir da metade do percurso Vanderlei abriu do pelotão e correu sozinho, liderando a disputa por mais de uma hora e abrindo cada vez mais vantagem sobre os demais corredores. Na altura do km 35, contudo, faltando sete quilômetros da chegada, Vanderlei foi atacado por um ex-padre irlandês, que o tirou da pista. Ajudado pelos espectadores, ele voltou à prova, mas a perda de ritmo e concentração não permitiram que conseguisse manter a mesma velocidade e, nos quilômetros finais, acabou sendo ultrapassado pelo italiano Baldini e pelo norte-americano Meb Keflezighi.
Mesmo assim, Vanderlei entrou no estádio olímpico ovacionado pela plateia, fazendo seu conhecido gesto de “aviãozinho” com os braços enquanto cruzava sorridente a linha de chegada em terceiro lugar.
Qualquer situação na vida tem UM TERÇO de participação do Ambiente, que algumas pessoas chamam de Universo ou Força Maior, e que particularmente prefiro chamar de Deus. Tem também outro TERÇO de participação de terceiros ou outras pessoas e, por fim, UM TERÇO de participação daquele que está diretamente envolvido na situação, ou seja, você. Esta é a Lei do “Um Terço”, e sua grande variável é o fato de que o tamanho de cada TERÇO é diferente para cada evento da vida. Existem situações que dependem muito mais de Deus e de outras pessoas, e apenas um pouquinho de você; assim como existem resultados que dependem muito mais de você do que dos outros TERÇOS.
Pessoas protagonistas, bem-sucedidas, vencedoras e felizes, em geral, são aquelas que, independentemente do tamanho do seu UM TERÇO de responsabilidade, fazem a sua parte e empreendem seus esforços para que 100% do seu UM TERÇO se estabeleça da melhor maneira possível. Em contrapartida, aqueles que preferem colocar-se na posição de vítima, que adoram ficar reclamando pelos cantos, e que geralmente transbordam insatisfação e infelicidade, escolhem não assumir responsabilidade pelo seu UM TERÇO, por entenderem que o resultado esperado depende muito mais de Deus e dos outros, do que de si mesmo, e assim acabam terceirizando a sua própria felicidade.
Neste texto temos dois grandes exemplos de protagonismo pelo seu UM TERÇO: Vanderlei que, depois de ter-se preparado para a corrida mais importante de sua vida, encontrou uma grande adversidade a sua frente. Ele poderia ter ficado por ali, descontando sua frustração na pessoa que o atrapalhou, reclamando, choramingando, mas mesmo sabendo que fatalmente não mais conseguiria chegar em primeiro lugar, fez 100% do seu UM TERÇO, voltou à corrida e entregou o melhor resultado que poderia entregar. Vemos também a figura do seu técnico, Ricardo D’Angelo, que, sem poder acompanha-lo durante as Olimpíadas, mesmo depois de passar meses trabalhando com Vanderlei, decidiu fazer o melhor que podia fazer dentro do seu UM TERÇO, e escreveu uma carta de incentivo para o Vanderlei.
Você reclama que sua empresa não é aquela que você sonhou trabalhar? Quanto do seu UM TERÇO você tem feito para ajuda-la a tornar-se uma empresa melhor a cada dia? Ou você é daqueles que vivem reclamando e falando mal da empresa quando tem oportunidade? Você pode pensar: “Ah, mas depende muito pouco de mim melhorá-la!”. Mas quanto você tem se dedicado a fazer 100% desse “pouco”, do seu UM TERÇO? Falta tempo pra fazer o que gostaria? Aquele relacionamento não está legal? Sua saúde tem te deixado preocupado(a)? Você acha que o seu conhecimento não é suficiente para que cresça em sua área de atuação?
Então, quanto você tem se dedicado a fazer 100% do seu UM TERÇO para mudar este cenário? A boa notícia é que o seu UM TERÇO só depende de você!
“Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que eu escolhi me tornar.”
(Carl Jung)
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Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
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afinal de conta temos potencial para sermos o que queremos ser, vezes ficamos a choramigar jogando culpa nos outros. muito obrigado pelo despertar.