Eu estava saindo do escritório quando vi o presidente da empresa com um documento na mão em frente a maquina de “picotar” papeis. Ao ver-me, o presidente pergunta:
– Você pode, por favor, me ajudar com isso? Minha secretaria já saiu e eu não sei como essa máquina funciona.
– Más é lógico que posso ajudá-lo!
Imediatamente tirei o papel das mãos do presidente, liguei a máquina, enfiei o documento e apertei o botão vermelho. Em dois segundos o documento estava completamente “picotado”.
O presidente então olha pra mim e pergunta:
– Muito obrigado, mas eu preciso de duas cópias desse documento; onde elas vão sair?
Planejamento é, sem a menor sombra de dúvida, uma das competências mais negligenciadas em nossas organizações. O fato é que “planejamento” não faz parte da nossa cultura; basta olhar para o nosso país, seus estados, cidades e bairros, que rapidamente perceberemos que somos muito ruins em planejamento.
Adicionalmente, parece que as organizações criaram um Código Oculto de Conduta Operacional (COCÔ) que proíbe as pessoas de parar, refletir, pensar e planejar. E no meio desse COCÔ, os mais valorizados são os especialistas em “fazejamento”, aqueles que apagam os “incêndios”, que agem na base da tentativa e erro, que resolvem os problemas urgentes, que estão sempre correndo, que ficam trabalhando até mais tarde, que dizem “sim” pra tudo, enfim, aqueles que executam muito bem, mas que pouco planejam.
E não me entenda mal: eu também acredito que uma boa execução é imprescindível para a conquista dos melhores resultados, contudo, executar sem o mínimo de planejamento é a melhor receita para retrabalho, ineficiência, aumento de custos, desmotivação, stress e insatisfação.
E um dos principais obstáculos mudar esse cenário é o Modelo Mental de que “planejamento é perda de tempo”, por isso, a melhor maneira de iniciar essa mudança e remover esse obstáculo é começando a planejar um pouco mais, observar os resultados, perceber que vale a pena planejar e, naturalmente, deixar que um novo Modelo Mental, a crença de que “planejamento é bom e necessário” se estabeleça em seu dia a dia.
E como já sabemos, os liderados tendem a ser reflexo do seu líder, portanto, um líder que pratica o “fazejamento” tende a formar outros “fazejadores”, aumentando o retrabalho e a ineficiência, por isso, querido líder, o seu exemplo é fundamental para romper com o COCÔ, formando profissionais conscientes de que o planejamento não necessariamente evita problemas, mas acalma a consciência, ilumina a solução e aumenta as chances de sucesso.
Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
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Amei! Sou um Fazejador nato! Muito bom o texto para refletir..