Outro dia, conversando com amigos sobre o cotidiano no trabalho, um deles comentou que seu chefe adota uma técnica muito peculiar de feedback, denominada por ele de “Feedback Paparazzi”. Curiosos, perguntamos o que era isso, e ele explicou:
– Temos uma reunião trimestral, e meu chefe reserva parte dela para dar feedback a todos os Gerentes. Ele abre o caderno, olha suas anotações e fala para cada um, na frente de todos os presentes, sobre as coisas que poderiam ter feito melhor. Ou seja, no dia a dia, ele “fotografa” tudo o que está acontecendo, anota no caderno, não conta pra ninguém, e na reunião trimestral ele nos surpreende com as “fotos”. Um verdadeiro Paparazzi!
Infelizmente, a falta de feedback honesto e assertivo tornou-se um dos principais motivos de insucesso e infelicidade no mundo corporativo, porque o mínimo que as pessoas esperam de um líder é que seja honesto e sincero, e que seja rápido em dizer a elas aquilo que podem melhorar e também o que já estão fazendo bem.
Assim como a maioria das coisas em liderança, o que torna efetivo um feedback é a intenção, e não a técnica ou ferramenta utilizada para fazê-lo, por isso, a palavra-chave para um bom feedback é “sinceridade”. O feedback pode ser “lindo” e bem estruturado, mas, se for falso, não servirá para nada. É por isso que o líder precisa ser assertivo e respeitoso ao fazê-lo, já que o objetivo não é julgar a pessoa, mas contribuir com o seu desenvolvimento, informando-a sobre algo que a ajude a perceber o que funciona e o que não funciona em suas ações.
É por isso que não faz o menor sentido esperar por uma reunião mensal, trimestral ou mesmo anual, quando normalmente acontecem as Avaliações de Desempenho, para conversar com as pessoas sobre o seu desempenho. Para tornar-se útil e eficaz, um feedback precisa ser aplicado logo após o fato, em forma de correção de rota, alinhamento, incentivo ou elogio, para que no momento seguinte as pessoas possam fazer algo diferente.
Deixar pra contar às pessoas o que poderiam ter feito melhor meses depois do acontecido, tira delas a oportunidade de fazê-lo no momento seguinte, atrasa o desenvolvimento delas, prejudica os resultados, impede a construção de relações de confiança e, consequentemente, torna sem sentido a sua liderança.
Por isso, o feedback sincero e cotidiano é o melhor caminho para a construção de um ambiente de respeito, confiança, transparência e honestidade, além de proporcionar crescimento e desenvolvimento em todos os níveis da organização, portanto, faça dele um de seus principais aliados.
Não torne-se um Líder Paparazzi!
Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
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maravilhosa explicação.
É Marco, realmente vivi e vivo isto na pele, no meu nível de supervisão, tenho me empenhado muito para dar feedback cotidianos e sinceros, mas, quando a postura é nos níveis de minha liderança, coordenação e gerência.Tanto treinamento para gestores e as atitudes continuam as mesmas, somos avaliados não pelo profissionalismo e sim por simpatia.
Grato! Hoje eu vi o seu vídeo, foi muito proveitoso e oportuno. Parabéns! Compartilharei com os meus. Sucesso!
Feedback construtivo tem que ser na hora… porque senão o colaborador corre o risco de continuar a agir de forma equivocada e ter não só sua evolução prejudicada, mas também prejudicar as atividades da equipe. Desmotivação e perda de confiança na certa. De onde vem isso… do medo dos líderes?