Há poucos dias, numa conversa sobre liderança com os diretores de uma grande organização, quando eu comentava sobre os danos que o uso de “rótulos” podem trazer às pessoas, ao clima organizacional e aos resultados, o presidente da empresa olhou para os diretores, sorriu, e comentou:
– Aqui todo mundo já sabe: Quando eu falo que alguém é burro, é porque é burro! E até hoje nunca me enganei!
Depois de respirar fundo, eu respondi:
– Você nunca se enganou, e provavelmente nunca se enganará. Posso explicar-lhe por que?
Foi então que eu disse a ele…
Pense numa pessoa com quem você convive e sobre a qual tenha grandes expectativas em relação ao que ela pode “entregar”. Pensou? Agora pense em uma pessoa na qual suas expectativas sejam bem mais baixas.
Reflita sinceramente: Em termos de proximidade, tempo, atenção, desafios e paciência, você age da mesma maneira com as duas? Provavelmente não. Aquela sobre a qual você tem alta expectativa, provavelmente usufrui de mais proximidade, mais tempo, mais atenção, mais desafios e mais paciência. E com o tempo, como consequência do seu jeito de atuar com ela, suas expectativas se confirmam, e você pensa: “Eu sabia!”.
É provável também, que aquela pessoa na qual as expectativas são baixas, o nível de proximidade, paciência, atenção e desafios seja bem menor. E depois de um tempo, também como consequência da maneira que você age com ela, sua profecia se confirma, ela não vai muito longe, e você pensa: “Eu sabia!”.
A isso chamamos de Profecia Autorrealizável, uma previsão que se transforma em crença, traduzida em atitudes e comportamentos que provocam a sua concretização. A Profecia Autorrealizável é, no início, uma definição falsa da situação, que suscita um novo comportamento e assim faz com que a concepção originalmente falsa se torne verdadeira. Em outras palavras, ao assumir que a sua verdade é uma verdade absoluta, você cria um rótulo que influencia o seu próprio comportamento e, por fim, transforma sua profecia em realidade.
Mesmo que a pessoa não seja, o fato de acreditar que ela é “burra”, faz com que você atue inconscientemente para que ela se torne “burra”, porque esta é a sua verdade. Por isso, como líderes, se quisermos ser mais coerentes, justos e equânimes, precisamos evitar o rótulo e a comparação entre pessoas. Não importa se A é melhor que B. O que de fato importa é que A pode ser melhor amanhã, assim como B. Portanto, muito mais produtivo e saudável do que comparar A com B, é comparar cada um com uma versão melhor de si mesmo amanhã; acreditar que ambos podem melhorar e, como líder, trabalhar para que isso aconteça.
Um Grande Abraço,
Marco Fabossi
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Esse é o grande desafio do líder! Fazer com que seus liderados sejam melhores que eles mesmos amanhã!
Excelente texto!